domingo, 31 de agosto de 2008


DIA D INTENSIFICA VACINAÇÃO NA MAIOR CAMPANHA JÁ REALIZADA NO MUNDO

Mais da metade da população baiana de homens e mulheres na faixa dos 20 aos 39 anos já está imunizada contra a rubéola. O Dia de Mobilização da Campanha de Vacinação contra a Rubéola, que acontece em nível nacional, foi marcado, na Bahia, pela intensificação das ações em todos os 417 municípios. A Sesab - Secretaria estadual da Saúde - coordenou as ações, em parceria com as Secretarias Municipais, por meio das 31 Diretorias Regionais de Saúde (Dires).

Em toda a Bahia, a vacinação foi feita em 9 mil postos, dos quais cerca de 2.700 fixos. Nos postos volantes, equipes de profissionais da saúde e voluntários percorreram lugares de grande aglomeração de pessoas, como supermercados, shopping centers, feiras livres, praças, igrejas, ruas e avenidas mais movimentadas. Em Salvador, foram 700 postos cobrindo todas as regiões da cidade. Até as 18h30 de hoje (dia 30), já haviam sido vacinadas quase 3 milhões de pessoas, e alcançados 60% da meta, que é imunizar 4,8 milhões de pessoas.

A vacinação em postos de grande movimentação da capital, como os da Estação da Lapa e Feira de São Joaquim, foi acompanhada de perto pela coordenadora Estadual de Imunizações, Fátima Guirra, da Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Sesab, e pela observadora da Organização Panamericana de Saúde (Opas), Fátima Franco, que monitora os trabalhos de combate à rubéola na Bahia, onde permanecerá por dois meses para fazer todo um levantamento dos resultados da campanha. Outros sete estados contam com a presença de um observador da Opas.

Quem também acompanhou os trabalhos em Salvador foi o diretor Nacional de Vigilância Epidemiológica, Eduardo Hage. Cada um dos diretores e coordenadores da área de Vigilância do Ministério da Saúde foi deslocado para um estado diferente para acompanhar os trabalhos e prestar apoio, provendo os postos de doses da vacina dupla viral (contra rubéola e sarampo) e de seringas e agulhas descartáveis. "O interesse maior é fortalecer a vacinação naqueles municípios com índices mais baixos de imunização, reforçando a campanha", afirmou.

MAIOR CAMPANHA DO MUNDO

A meta estipulada pelo Ministério da Saúde, de vacinar contra a rubéola e o sarampo 70 milhões de pessoas, nunca foi registrada no mundo. Esta, portanto, é a maior campanha mundial de vacinação, com o tema "Brasil Livre da Rubéola". "Vacinamos mulheres em idade fértil em 2001 e 2002 e trabalhamos sempre com grupos populacionais (crianças, adolescentes, idosos) diferenciados. Esta é a primeira experiência de juntar, em uma mesma campanha, grupos diferentes, como adolescentes (em 5 estados a campanha abrange também a faixa etária de 12 a 19 anos) e adultos jovens e grupos não envolvidos antes, como as populações indígenas", explica Eduardo Hage.

A decisão do Ministério da Saúde de deflagrar uma campanha dessa amplitude foi em função do surto de rubéola ocorrido em 2007 em grande parte do Brasil. Na Bahia, foram registrados 209 casos, dos quais 56 em Salvador. Este ano, foram 29 casos no estado, 14 deles na capital. Desde o ano passado, a Diretoria de Vigilância Sanitária (Divep) da Secretaria da Saúde do Estado investiga 20 casos de Síndrome da Rubéola Congênita, três deles confirmados - um em Ubatã, outro em Poções e o terceiro em Dias D´Ávila, este já com a confirmação clínica e laboratorial. Os outros dois casos têm confirmação apenas laboratorial.

Interessados em conhecer esta experiência do Brasil, observadores internacionais estão monitorando a campanha em vários estados, inclusive a Bahia. Ao final da campanha, prevista para 12 de setembro, todos os dados serão computados pelos observadores: cobertura alcançada proporcionalmente a cada município, casos de SRC (Síndrome da Rubéola Congênita), ausência da detecção do vírus em laboratório, etc.

Os dados servirão para que a Opas defina quais países, na América Latina, recebam a Certificação de eliminação da doença. Antes, a Opas aguardará a realização da campanha na Argentina, como esclarece a observadora da Organização em Salvador, a equatoriana Fátima Franco, que integra a Comissão de Certificação Internacional da Opas. Entre os países que estarão sendo analisados constam a Costa Rica, Nicarágua, Venezuela, Peru, Chile e Colômbia.

A certificação, explica Eduardo Hage, depende de vários fatores, como a amplitude da cobertura vacinal e um determinado período sem registro de casos da doença. No caso da poliomielite, o Brasil registrou o último caso em 1989, mas o país só foi certificado cinco anos depois. "Esperamos que, no próximo ano, já não tenhamos casos autóctones (surgidos dentro do país) da rubéola. Mas, mesmo eliminando a doença aqui dentro, temos que continuar atentos, porque a Europa e a Ásia não fazem esse controle, e um visitante desses continentes pode trazer a doença".

SECRETARIA DA SAÚDE DO ESTADO DA BAHIA
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
30 de agosto de 2008

B.F. - DRT/Ba 1158
Ascom Sesab
30/agosto/2008

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