Sessão discute ações de
combate à dengue em Itabuna
Não há mais como negar que Itabuna enfrenta uma gravíssima epidemia de dengue. Crianças agonizam nos hospitais, enquanto a Secretaria Municipal de Saúde tenta organizar o trabalho de combate, ainda incipiente. Na tarde desta terça-feira (17), na sessão especial que discutiu o assunto na Câmara de Vereadores, o secretário de Saúde de Itabuna, Antônio Vieira, admitiu que boa parte do problema se deve ao fato de os gestores atuais terem recebido uma prefeitura sucateada. Pela manhã, o prefeito José Nilton Azevedo decretou estado de emergência no município.
No plenário da Câmara, Vieira confirmou os números da epidemia: existem 900 casos de dengue clássica registrados nos primeiros 48 dias do ano de 2009. As notificações já correspondem a quase 50% dos casos de dengue de todo o ano passado, quando oficialmente 2 mil pessoas foram atingidas pelo Aedes aegypti.
Presente à sessão convocada pela Câmara Municipal, o promotor público Clodoaldo da Anunciação chamou as autoridades à responsabilidade. “Providências simples, que constam no plano municipal de combate à dengue formulado no ano passado, não estão sendo aplicadas”, denunciou. Uma das falhas, segundo o representante do Ministério Público, é o não-funcionamento do centro de saúde José Maria de Magalhães como unidade de referência no atendimento de pacientes com suspeita de dengue.
“Por conta desse problema, muitas pessoas estão indo diretamente para os hospitais, que não têm condição de atender à demanda”, afirmou Anunciação. Para o promotor, é também necessário estabelecer metas para os agentes de combate a endemias. “Hoje, não existe controle da eficiência dos agentes”, criticou o promotor, que também lembrou a existência, desde 2008, de alvará judicial que assegura o acesso do agente a qualquer imóvel, independentemente da aquiescência do proprietário. “O alvará está em vigor e não há desculpa para o agente deixar de fazer o seu trabalho”, declarou.
Apesar do reconhecimento de que a responsabilidade pelo combate aos focos de dengue é de todos, a maioria dos participantes salientou a necessidade de que o poder público cumpra o seu papel. “Temos que cobrar as ações que prometeram e não foram executadas”, asseverou Jurandir Rodrigues, membro do Conselho Municipal de Saúde.
A Câmara apresentou documento contendo uma série de medidas para reforçar o combate e também punir aqueles que permitirem a formação de focos do Aedes aegypti em seus imóveis. Entre outros pontos, a proposta prevê a apuração da responsabilidade dos proprietários, locatários e administradores de imóveis, emissão de autos de infração e a mobilização da sociedade civil para o combate. Cita expressamente como parceiros o Corpo de Bombeiros, Tiro de Guerra e associações de moradores.
INICIATIVA
A sessão desta terça-feira foi provocada pela Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), que reúne diversos sindicatos em Itabuna, e requerida pelo presidente da Câmara, Clóvis Loiola, que destacou a importância do “envolvimento de toda a comunidade na luta contra a dengue”. Estiveram presentes o gerente da 7ª Diretoria Regional de Saúde (Dires), João Marcos de Lima, o secretário municipal de Saúde, Antônio Vieira, e o presidente do Conselho Municipal de Saúde, Jaime Nascimento.
Entre os vereadores, foi unânime a cobrança de ações urgentes do Executivo, além da conscientização popular com relação aos riscos do avanço da epidemia. Pronunciaram-se nesse sentido, além do presidente, os vereadores Roberto de Souza, Milton Gramacho, Solon Cerqueira, Raimundo Pólvora, Ricardo Bacelar e Gerson Nascimento.
Fonte: Ascom Câmara de Vereadores
16/fev/2009.
Jornalista Responsável: Ricardo Ribeiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário